domingo, 2 de novembro de 2014

Histórias do Paraná - Lolô Maravilha

Histórias do Paraná - Lolô Maravilha

Lolô Maravilha
Airton C. Pissetti

A historia é feita de personagens que com seu estilo pessoal traçam os rumos dos acontecimentos. A história do Paraná não estará relatada por inteiro sem a presença de Airton Cornelsen, arquiteto.
Lolô para os íntimos.
Desde moço revelou uma personalidade irrequieta, voltada para o pioneirismo e a ruptura.
Foi estudante rebelde, porém brilhante.
Jogou no Atlético, seu time do coração, na lateral direta.
Certo Atletiba, para explodir ainda mais as emoções, engessou um braço e de tipóia foi o herói do jogo.
Casou com um anjo, Cleusa Cornelsen, seu equilíbrio com as realidades e sua motivação para viver intensamente.
Com apenas 30 anos foi diretor geral do DER, no tempo em que este órgão tinha statos de secretaria, e delineou todas as estradas do Paraná, inclusive a Rodovia do Café, nossa principal.
Junto com Moysés Lupion, introduziu a raça zebuína no Paraná, pegando briga com os mineiros que queriam o domínio da raça no Brasil.
Era política Café com Leite, e foi necessário tratar os zebus importados da índia em alto mar, com ração transportada por helicóptero.
Planejou a colonização do oeste e sudoeste do Paraná. Foi pessoalmente buscar imigrantes no Rio Grande do Sul.
Perguntem a ele quanto alqueires tem? Os sonhadores se bastam em navegar em suas próprias fantasias.
Ligado ao futebol, projetou inúmeros estádios, o nosso Pinheirão, o Mineirão, em vários paises da América do Sul, inclusive África.
Em Portugal fez o Autódro-mo de Estoril e iniciou, com uma visão futurista, vários projetos turísticos no litoral português.
Hoje são locais de veraneio, de importância internacional como na província de Meira.
Retornou com os bolsos vazios. A revolução socializou os bancos e manteve seu dinheiro lá, ganho com inteligência e suor.
Foi a Moscou falar sobre arquitetura brasileira e deslumbrou os soviéticos que não pensavam em um país tão avançado nesta área.
Voltou ao Brasil e a cada dia, mesmo já com mais de setenta anos, amanhece com uma idéia nova, com um projeto revolucionário.
Hoje anda pelos corredores públicos, tentando convencer ouvidos moucos das autoridades sobre a importância
da Hidrovia do Ivaí, projetada por ele e com a possibilidade de redimir nossa agricultora, transferindo para o bolso do produtor milhões de dólares que são gastos nas rodovias e enriquecem as multinacionais com interesse no atual sistema de transporte.
Parece um menino de quinze anos, gesticulando sobre as pranchetas de seus sonhos e gritando cada vez mais para auditórios surdos.
São estes visionários anônimos que traçam a história o Paraná e que merecem, ainda em vida, o registro de nossas memórias.

Airton C. Pissetti, sociólogo e publicitário


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