Histórias do Paraná - A Lapa na Guerra do Paraguai
A Lapa na Guerra do Paraguai
Sergio A Leoni
Para combater as forças de Solano Lopes, o Paraná que tinha então menos de 70.000 habitantes foi, proporcionalmente à sua população, a província que mais contribuiu com mais sangue àquele conflito, com um total de aproximadamente 2.500 homens, dos quais 16% eram lapeanos.
O decreto de criação do Voluntariado da Pátria (n° 3371, de 7 de janeiro de 1865) é lido na então Villa do Príncipe com extrema solenidade já no dia 9 de fevereiro, no Largo da Matriz, na presença do povo e do comandante da Guarda Nacional, Cel.
David dos Santos Pacheco, depois Barão dos Campos Gerais.
O primeiro corpo que foi para a guerra era formado de elementos vindos de toda a província; o segundo só de Curitiba e o terceiro apenas com Lapeanos, que deixaram sua terra natal a 17 de abril de 1865.
Para incentivar o alistamento, foi aberta uma subscrição popular, que visava dar uma gratificação de vinte mil réis (ouro) a cada conscri-to.
David dos Santos Pacheco assumiu, às suas expensas, o treinamento e uniformização de 150 voluntários, que foram por ele próprio levados até Curitiba.
Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá, paranaense de Palmeira, e então Ministro da Agricultura, da Corte aplaude sua província natal dizendo: "Folgo em declarar que, graças ao civismo dos paranaenses, já desembarcou na Corte a primeira força organizada em Curitiba". Logo em seguida, aplaude expressamente a Lapa com as seguintes palavras: "A Guarda Nacional da Lapa vai brilhando, e esse bom povo do Príncipe dá provas de patriotismo.
Segundo sua população e riqueza, o Paraná não está mal representado... o patriotismo está fazendo milagres."
Entre voluntários e designados, a Villa do Príncipe mandou para o Paraguai 412 combatentes, dos quais apenas 73 regressaram perfeitos.
David Carneiro, em sua obra publicada em 1940 "O Paraná na Guerra do Paraguai", relaciona 81 voluntários lapeanos, aparecendo com destaque o major Geraldo Antônio Diniz e ainda Manoel Pereira do Nascimento e Manoel dos Santos Pacheco Lima, estes citados no quadro de Mártires da Pátria.
A lista de nomes obtidos por aquele eminente historiador, através do jornal "19 de Dezembro" da época, mesmo incompleta, será gravada em monumento que a cidade da Lapa erigirá oportunamente, em homenagem àqueles heróis.
Servirá de estímulo para que as gerações presentes e vindouras de lapeanos e lapeanistas cultuem sempre as tradições da cidade legendária, "orgulho e glória do Brasil republicano".
Sérgio A Leoni, ex-prefeito da Lapa
Fonte: 300 e Tantas Histórias do Paraná, Brasil.
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