Histórias do Paraná - A biblioteca do ano de 2000
A biblioteca do ano de 2000
Olga Maria Soares da Costa
1953...é iniciada a construção do prédio da Biblioteca Pública do Paraná, uma das obras do govemo Bento Munhoz da Rocha Netto, especialmente programada para os festejos do centenário da emancipação política do Estado.
Ninguém melhor que esse govemo para festejar o grande evento.
Trata-se de figura de tradição na política paranaense, professor universitário e um dos intelectuais mais bem identificados com a história e a cultura do Paraná.
Para o acervo atual, o espaço é privilegiado e enche de orgulho todos os paranaenses pois, desde a sua criação em 1857, a Biblioteca do Paraná já havia estado, provisoriamente, em vários prédios.
No Liceu Curitibano até 1873, no Instituto Paranaense até 1886 e no Museu Paranaense até 1932, quando foi incorporada ao Ginásio Paranaense.
Em 1937, foi transferida para o Município de Curitiba, passando a funcionar entre a rua Riachuelo e a Praça Tiradentes.
Ficou sob a jurisdição da Prefeitura até 1952, quando passou novamente para o Estado.
1993... paredes demolidas, fios arrancados, livros encaixotados, estantes desmontadas, salas de leitura fechadas... 6.000 usuários que circulam diariamente pela biblioteca estão perplexos. O que esta acontecendo? Um novo Fahrenheit 451?
No lugar das velhas, antigas e espremidas instalações, está surgindo a nova Biblioteca Pública do Paraná.
Mezaninos em construção, espaços em expansão, informação em profusão...
E no próximo ano, quando tudo voltar ao normal, um novo personagem fará parte deste cenário. O computador.
Duas bases de dados, gerenciadas pelo software Microisis da UNESCO, então possibilitando, a partir deste mês, o cadastramento dos 370.000 volumes que compõem o acervo e dos 40.000 usuários inscritos.
Os livros estão recebendo etiquetas com códigos de barra e as novas carteiras são entregues, também, com código de barras já impresso. O sistema vai possibilitar a leitura ótica destes códigos para registrar os 2.000 empréstimos/dia.
Todos os controles dos serviços de empréstimos, devolução, renovação e reserva de livros serão agilizados, eliminando as enormes filas que se formam diariamente.
Também o exaustivo trabalho dos funcionários será minimizado, pois não precisarão mais fazer mil anotações para apresentar seus relatórios, nem infinitas pesquisas para comunicar-se com os leitores inadimplentes.
Quem não tem muita paciência para consultar o Catálogo Geral composto de aproximadamente 1.500.000 fichas, poderá pesquisar autores, títulos e assuntos diariamente num terminal de computador.
Quarenta anos depois, quando em todo o Brasil se comemora a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, os paranaenses podem, como em 1953, encher-se novamente de orgulho. A biblioteca do ano 2000 está nascendo.
Olga Maria Soares da Costa, Bibliotecária da CELEPAR
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