terça-feira, 29 de julho de 2014

Histórias do Paraná - Poloneses no norte do Paraná

Histórias do Paraná - Poloneses no norte do Paraná

Poloneses no norte do Paraná
Mariano Kawka

A responsável pela colonização de boa parte das terras norte-paranaenses foi a Companhia de Terras Norte do Paraná, subsidiária brasileira da Paraná Plantations Ltd., cuja formação decorreu da iniciativa de alguns fazendeiros paulistas, conhecedores da fertilidade da terra roxa, e desejosos de aproveitá-la para a cultura do café, e que conseguiram sensibilizar empresários ingleses, na pessoa de Simon Joseph Fraser (Lord Lovat), a aplicar na região o capital necessário para a colonização dessas terras.
A Paraná Plantations Ltd. foi criada em Londres, em 1925. Entre esse ano e 1927, sua subsidiária, a Companhia de Terras Norte do Paraná (mais tarde Companhia Melhoramentos Norte do Paraná) adquiriu um total de 1.246.300 hectares (12.463 km^) de terras devolutas, situadas à margem esquerdas do rio Paranapanema, entre os rios Tibagi e Ivaí, instalando um acampamento avançado a 22 quilômetros do rio Tibagi, onde surgiria depois a cidade de Londrina.
A colonização era feita pelo sistema da pequena propriedade e, na época, havia uma intensa propaganda para atrair colonos de diversas nacionalidades àquela região.
Um funcionário da Companhia, o engenheiro Inácio Szankowski, reservou uma área fértil, a 15 quilômetros de Londrina, para ser colonizada por poloneses.
Foi através de um desses prospectos de propaganda que em 1932, o polonês Edward Cebulski, agrimensor e proprietário de terras em Santa Catarina, tomou conhecimento dessa "terra da promissão" e resolveu conhecê-la.
Entusiasmado pelo que viu e ouviu, Cebulski convidou vários chefes de famílias residentes da colônia polonesa de Pinheiros, nas terras montanhosas de Santa Catarina, para que fossem conhecer o novo "Eldorado". Novos compradores foram chegando de várias localidades catarinenses, bem como o Rio Grande do Sul, do Sul do Paraná e do Estado de São Paulo.
Era preciso escolher um nome para a nova colônia.
Foi promovida uma reunião, a céu aberto, com os moradores sentados numa importante peroba recém-derrubada.
João Langowski, um dos presentes, sugeriu o nome de Warta, um rio da Polônia.
Sua sugestão, muito aplaudida, foi aceita de imediato, e assim foi batizado o "patrimônio" e futuro distrito.
Dentro desse mesmo esquema de colonização foi planejada a colônia Gleba Orle (que significa "pequena águia"), situada a 15 quilômetros de Arapongas.
Antes da chegada dos primeiros transportes de colonos poloneses e ucranianos da Europa, encontramos aí alguns pioneiros poloneses, que tinham vindo por conta própria.
Tratava-se de alguns rapazes solteiros, que trabalhavam geralmente na construção de estradas.
Eram eles os senhores Golas, Macur, Olszewski e Pochwatka.
Em 1937 várias famílias polonesas e ucranianas vindas da Europa estabeleceram-se na colônia.
Mais tarde vieram colonos poloneses do Sul do Paraná e de Santa Catarina. E de se notar que alguns aspectos do plano original de colonização não puderam ser executados, não por falha da Companhia colonizadora, mas porque a eclosão da Segunda Guerra Mundial interrompeu definitivamente o fluxo maciço de migrantes da Polônia para o Brasil.

Mariano Kawka, professor


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